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Por Dr. Alessandro Loiola . 11.02.11 - 17h26
Dói aqui, dói ali…
Dia atarefado no hospital, minha última paciente da agenda foi uma senhora que se queixava de dores por todo o corpo. Mas eram dores mesmo, dizia ela, “sabe, doutor, dessas que amarram a gente no sofá e não deixam nem levantar”.
Uma mulher que já teve cinco filhos, todos partos normais em casa, não vem lá do interior para se queixar de dores à toa. Eu havia tratado a filha dela anteriormente por algum outro motivo e, pelo visto, fiz alguma coisa direito, pois a filha agora voltava carregando a mãe e ajudava no coro:
- Ela nem levanta mais, doutor. Vive com essa reclamação de dor pra tudo quanto é canto. Pensei até na piada do sujeito que se queixava de dor em toda parte, apontando com o dedo: dói aqui, e aqui, e aqui, e ali…
E o problema, na verdade, era o dedo que estava quebrado, o resto do corpo estava bom. Mas essa senhora não tinha dedo quebrado, não: os exames mostravam que ela estava sofrendo de desmineralização progressiva e avançada dos ossos. Em bom e simples português? Osteoporose.
Fiquei imaginando por que tantas pessoas ainda não “antenaram” para a osteoporose. Será que ainda não sabem a gravidade do problema?
Poupança
Fazer uma poupança contra a osteoporose é um dos melhores presentes que você pode deixar para a pessoa que você será daqui a 15, 20 anos.
Quer exemplos? Vamos lá: Uma de cada duas mulheres e um de cada oito homens com mais de 50 anos de idade sofrerão uma fratura relacionada à osteoporose. A bem da verdade, o risco de fratura do quadril secundária à osteoporose em uma mulher com 60 anos de idade é MAIOR que o risco dela sofrer cânceres na mama, no útero e nos ovários – juntos!
E a tristeza não termina aí: metade dos portadores de osteoporose e vítimas de fratura do quadril, jamais recuperam plenamente sua capacidade física, sendo que cerca de 13% destes morrem nos seis meses seguintes por complicações relacionadas à fratura.
Diagnóstico
Toda pessoa com mais de 50 anos de idade e apresentando dores difusas pelo corpo deve considerar a possibilidade de estar sofrendo de osteoporose. Além da avaliação médica, podem ser necessários alguns exames complementares para confirmar a presença do distúrbio, tais como exames laboratoriais, dosagens hormonais e radiografias.
O exame que sela o diagnóstico de osteoporose é a densitometria óssea. Capaz de avaliar diretamente a densidade mineral e a força dos ossos, a densitometria é um procedimento rápido, seguro e determina com boa margem de certeza se você está sofrendo deosteoporose ou não. Só pode doer um pouco no bolso.
Felizmente, a osteoporose não é uma doença invencível e você pode contornar o problema empregando algumas medidas simples:
- Mantenha-se dentro do peso ideal, praticando atividades físicas regularmente.
- Evite bebidas alcoólicas. E pare de fumar antes de terminar o próximo parágrafo.
- Aumente sua quantidade de cálcio e vitamina D: um copo de iogurte desnatado possui 450 mg de cálcio! Outra dica: um banho de sol de 15 minutos pela manhã estimula seu corpo a produzir toda a vitamina D que você precisará pelo restante do dia. Algumas pessoas podem necessitar suplementos de cálcio, vitamina D e magnésio conjugados.
- Se a osteoporose estiver instalada, não desanime: existem vários medicamentos que podem ser empregados para estabilizar o processo. Converse com seu médico de confiança.
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