O CÂNCER DE MAMA
PREVENÇÃO X DIAGNÓSTICO PRECOCE • 18 de fevereiro de 2011
Muito tem se falado, recentemente, sobre o aumento do número de casos de câncer de mama, e mais ainda, no aumento do número de casos em mulheres mais jovens. Nessa delicada questão mais uma vez aspectos inquietantes podem ser levantados.
O que mais chama atenção é o a redefinição do termo prevenção. No caso do câncer de mama, obviamente chamamos de prevenir o tecnológico ato de diagnosticar a doença precocemente. Como sociedade abrimos mão de nos questionar dos porquês da doença e de sua aparente modificação de perfil nos tempos modernos. Mas exaltamos as mamografias, e ficamos confiantes que pequenas (ou grandes) mutilações cirúrgicas são prêmios suficientes para as mulheres que vão sobreviver à enfermidade. Naturalmente, não será exatamente uma cura, visto que não será alcançado o estado de saúde anterior. Pelo contrário, poderá haver ainda uma série de procedimentos complexos, que pode incluir o uso prolongado, por anos, de medicações que afetam drasticamente a fisiologia feminina, e isso será o menos desagradável, se não for indicado uma “singela” castração cirúrgica.
É claro que frente a doenças de extrema gravidade as opções terapêuticas podem ser drásticas. Mas a confiança nas técnicas de diagnóstico precoce seria o ápice do conhecimento médico aplicado à saúde da mulher? Será que não podemos oferecer algo mais do que expor frequentemente um tecido relativamente delicado e susceptível à radiação, num procedimento longe de ser confortável, como a mamografia? Será que ficar torcendo pelo resultado favorável de um exame é o melhor ensinamento que podemos oferecer à mulher para a manutenção de sua saúde?
Em primeiro lugar essa postura não é uma unanimidade internacional.
Em segundo lugar, obviamente, o termo prevenção aplicado ao diagnóstico precoce é um eufemismo… ou uma fraude. Mas pensemos bem: o que é orientado à mulher para não ficar com um câncer de mama? Qual foi a recomendação que o seu ginecologista lhe ofereceu a respeito?
Um dos últimos livros do brilhante médico John R Lee tinha um polêmico título: “O que o seu médico não vai dizer sobre o câncer de mama”, e no seu primeiro capítulo ele não parece ser nenhum pouco entusiasmado com a postura médica ordinária com o câncer de mama, nem com a mamografia, nem com os festejados tamoxifenos da vida. (Esse capítulo está traduzido e disponível no link: www.novatrh..net.br). Sua leitura pode deixar muitos experts numa situação um pouco desconfortável. O cerne do livro é a busca do equilíbrio hormonal. Na opinião desse autor esse deveria ser o objetivo número um de qualquer atitude de prevenção. Mas, como veremos adiante, pouco tem sido feito na produção de um estado de equilíbrio hormonal, pelo contrário.
Existe uma notável fiança ao conhecimento dos chamados fatores de risco. A rigor, fatores de risco não passam de aspectos estatísticos associados a uma enfermidade, e geralmente não são causadores da doença. Na verdade, talvez não mais de 20 ou 30 % de fatores de riscos, amplamente divulgados, são de fato confirmados em mulheres que tem enfrentam essa trágica situação clínica. É bem provável que as novas taxas de câncer estejam associados mesmo a fatores iatrogênicos (originados por tratamento médico), a saber: a terapia de reposição hormonal (clássica) e o uso cada vez mais precoce de pílulas anticoncepcionais. Mas a maneira como isso é informado ao público feminino não é de forma alguma, muito objetiva. Mesmo que seja obviamente uma terrível agressão à ecologia orgânica, o uso de hormônios artificiais fica no nebuloso campo da controvérsia científica, o que não deixa de ser um jeito um pouco estranho de se pensar. Afinal, como pode ser controverso partir do princípio que o a desorganização provocada pelo uso de medicamentos não seja algo perigoso, quando sabemos que alterar a fisiologia é sempre um caminho nefasto para a manutenção da saúde?
Um dos capítulos mais esclarecedores diz respeito à natureza e a fisiopatologia do câncer de mama. E nesse ponto, sem dúvida, quase tudo aponta para os estrogênios. Mas porquê? Quais seriam as fontes de estrogênios que podem exceder a capacidade de manutenção da saúde? Se o câncer ocorre sempre que uma célula se multiplica de forma mais rápida que o normal, perdendo a capacidade de amadurecer (chegar ao estado fisiológico projetado para essa célula), quais são os geradores dessa modificação funcional? Ficar culpando os genes é uma néscia simplificação que não explica de forma alguma a natureza do câncer. Os genes obedecem a um conjunto de ordens que lhes são impostas pela soma de inúmeros fatores que incluem a ação de agentes externos e a interação com perturbações do meio ambiente metabólico da mulher.
Vejamos o gráfico extraído do livro do Dr. John Lee, e será possível entender porque quase tudo aponta para um culpado: os estrogênios e a atividade estrogênica.
O gráfico mostra que o câncer de mama está associado com vários fatores que de um modo ou de outro incrementam as taxas de estrogênio (E) ou a atividade dos receptores de estrogênio (ER).
Vamos dar uma examinada em alguns desses fatores.
Anticoncepcionais: o emprego de anticoncepcionais por adolescentes é, atualmente, reconhecido como um fator de risco, isso diz respeito ao uso de pílulas por meninas com menos de 18 anos. Isso parece TRIPLICAR o risco de câncer de mama. Quanto mais jovem se inicia o uso de pílulas maior o risco de câncer de mama na fase de pré-menopausa. Isso pode ser explicado pelo fato de que a mulher fica anos de sua vida com pequenas ou nulas quantias de progesterona (são anos sem a formação de um órgão intermitente: o corpo lúteo). A progesterona – endógena, molécula de fórmula química exata: C21H30O2 – é protetora contra o câncer de mama. Por outro lado quase todas as pílulas são compostas por progestinas – substâncias artificiais que imitam, em parte, a ação da progesterona endógena, mas como não tem a mesma fórmula química, implementam no corpo feminino reações fisiológicas além das esperadas. Se você já ouviu que tudo é progesterona, no caso das progestinas, (um exemplo comum é o DIU como o Mirena®, composto com uma progestina artificial, mas infelizmente, por falta de conhecimento ou por má fé, chamado de DIU de progesterona) é como se todas as bolas se prestassem para jogar futebol, mas com certeza deve ser difícil jogar com uma bola de gude, de tênis ou de basquete! Na prática desse esporte ser redonda não basta!
Terapia de reposição hormonal tradicional: os compostos comumente utilizados nesse esquema terapêutico se prestam para aumentar o ambiente estrogênico corporal somado ao uso de progestinas (artificiais). Muitos estudos recentes comprovam os riscos dessa forma de tratamento, que não protege as mulheres de problemas cardio-vasculares, e que pode piorar o risco de doença tromboembólica e derrames, entre outros problemas. Pelo fato de serem utilizadas substâncias que não existem normalmente no corpo humano, o termo REPOSIÇÃO jamais deveria ter sido utilizado nesse esquema terapêutico. Mas obviamente é agradável aos ouvidos de pessoas que sofrem e acreditam nos súditos do dr. Robert Wilson, o mais famoso proponente desse tipo de tratamento, que já deve ter tornado enfermas milhares de mulheres ao longo dos últimos 50 anos.
Dieta: existe uma certa correlação entre aumento de câncer de mama e o maior consumo de gordura na dieta. Mas isso não deve significar uma relação de causa e feito direta. Será mais interessante observar que as populações que comem mais calorias, de um modo geral, ingerem uma alimentação muito desequilibrada. O aumento de calorias sumariamente deve ser considerado como um fator de aumento de radicais livres no organismo, um conhecido fator de agressão aos tecidos. Existe muita informação que aponta para o fato de que má alimentação, rica em açúcar e farinhas refinadas, associada ao consumo de ácidos graxos tipo trans (GVH, ou gordura vegetal hidrogenada e margarina por exemplo) incremente uma série de desequilíbrios na fisiologia humana, incluindo as taxas de esteróides e insulina. A própria obesidade pode trazer uma situação conhecida como resistência à insulina. De qualquer forma parece haver uma ligação entre altas taxas de insulina e câncer de mama. Naturalmente o desequilíbrio metabólico está no cerne de doenças como o câncer. Ainda sobre a ingestão de gordura e carne, cabe lembrar que é a presença de hormônios, colocados para melhorar os lucros da produção da pecuária, nesses alimentos que deve estar relacionada com um risco maior de câncer: e são hormônios estrogênicos (DES – dietilbestrol, infelizmente de uso veterinário). Aliás, todos os alimentos com agrotóxicos também podem estar elevando o risco de câncer de mama: os agrotóxicos se comportam como estrogênios: são os xenoestrogênios. Assim, tenha cuidado com o seu “saudável” brócolis!
Se algum expert lhe disser que a gordura pode aumentar o risco de câncer, não deixe de perguntar: de que forma? Peça uma explicação baseada em fisiologia e não em pré-conceito de pouquíssima inteligência! As gorduras fazem parte de um importante grupo alimentar, no entanto estamos consumindo quantias de gorduras poliinsaturas muito maior do que a necessária. Esquecemos que esse grupo de ácidos graxos é pouco comum na natureza e que seu excesso está ligado ao uso de alimentos industrializados! Na natureza, podemos ter certeza: há pouca chance de qualquer um de nós se entupir com óleos vegetais. (E não se esqueça não há gordura vegetal natural, toda a gordura vegetal presente nos alimentos industrializados é artificial)*.
Poluentes ambientais: todas as substâncias químicas que se comportam como estrogênio – os xenoestrogênios, propiciam à criação de um ambiente fisiológico que foi chamado pelo dr. John Lee de PREDOMINÂNCIA ESTROGÊNICA, e deve ter grande relação com o aumento da incidência de câncer de mama (além de vários outros problemas ligados à sexualidade: endometriose, ovários policísticos, diminuição da capacidade reprodutiva – redução das contagens de espermatozóides em homens, entre outros). Lembre-se que além dos agrotóxicos, existe uma quase infinita lista de substâncias que se comportam com estrogênio fraco no meio ambiente e em artigos de consumo domésticos e industrializados: PVC e plásticos em geral, anti-transpirantes com alumínio, protetores solares, gel espermaticida (às vezes incluído no próprio preservativo), cosméticos e cremes em geral que tenham parabenos e similares, detergentes e sabões em pó com tensoativo não iônico entre outros.
Álcool: as mulheres que costumam utilizar etílicos habitualmente podem ter um risco maior para o câncer de mama, isso provavelmente acontece pela sobrecarga ao fígado, e a consequente dificuldade em processar os estrogênios. Isso pode ser piorado em mulheres que utilizam anticoncepcionais orais.
Exercício: muitos estudos apontam para o fato de que moderada atividade física pode oferecer proteção ao câncer de mama, alguns estudos apontam em algo em torno de 20% de proteção. No entanto atividade física muito vigorosa pode agir no sentido inverso, possivelmente porque exercícios muito extenuantes podem suprimir o sistema imunológico e incrementar as taxas de oxidação. A regularidade em atividade física é muito mais importante que o eventual vigor com que ela possa ser executada.
Atividades profissionais: alguns estudos que se ocuparam de relacionar o câncer com as profissões, relataram que de fato algumas ocupações podem estar mais associadas ao desenvolvimento dessa doença. Foram listadas as seguintes profissões: médicas, farmacêuticas, professoras, operadoras de telefonia, analistas de sistemas e programadoras, esteticistas, cabeleireiras, operadoras de rádio, manipuladoras de metais entre outras. Isso pode ser devido a vários fatores como: exposição às toxinas de metais pesados, solventes, exposição a campos de radiação eletromagnética, e sedentarismo. De um modo geral as mulheres urbanas pode padecer mais do que as mulheres do campo.
Stress: a sobrecarga nas supra-renais pode estar associada a uma série de eventos metabólicos negativos como a elevação do cortisol, o declínio da função da tireóide, da produção de melatonina, e das taxas de DHEA. Isso também afeta negativamente todo o funcionamento do sistema imunológico. As implicações metabólicas são amplas, envolvem uma cascata de eventos, que no final de contas não deixam de ser uma sequência de movimentos fisiológicos que operam as crises adaptativas no plano biológico. É natural imaginar que mulheres que tenham uma vida menos afligida por sofrimentos e exigências psíquicas e físicas, com sono de mais qualidade, com menos tensão muscular, possam ter um status fisiológico de maior proteção contra enfermidades em geral, o que inclui o câncer de mama.
Radiação: a radiação é um dos mais potentes fatores de risco para o câncer de mama, e seus efeitos são cumulativos! Isso significa que os danos aos tecidos não desaparecem com o passar do tempo. Cada taxa de radiação é somada a próxima! Se houver exposição relativamente grande na infância e adolescência (estudos radiológicos para escoliose, por exemplo) podem elevar os riscos para o câncer de mama em 70%. As meninas têm risco maior, pois o tecido mamário está imaturo. As garotas, que foram expostas à radiação de Hiroshima dobraram o risco dessa enfermidade. Quanto a mais radiação a mulher for exposta, maior o risco de adoecer suas mamas.
Gravidez: as mulheres que engravidaram antes dos 24 anos têm cinco vezes menos chance de ter câncer de mama, do que aquela que ficou grávida pela primeira vez após os 30 anos. As mulheres que não engravidam tem um risco maior do que aquelas que engravidaram em qualquer idade. Nesse caso parece óbvio que o respeito à fisiologia básica da programação do organismo feminino protege a mulher, incluindo a lactação. Os tecidos corporais amadurecem e cumprem sua expectativa fisiológica. Infelizmente, o progresso da vida urbana leva as mulheres a engravidarem mais tarde ou nem engravidarem. A incapacidade da sociedade em respeitar a fisiologia feminina é eufemisticamente adjetivado de mulher moderna, ou família dos novos tempos! Novos tempos, com muita modernidade e muito câncer também! Sem dúvida: deve ser muito vantajoso…
Problemas de tireóide: o hipotireoidismo pode estar relacionado com incremento do risco para o câncer de mama. A redução da atividade da tireóide pode reduzir a habilidade dos estrogênios em ativar uma proteína do fígado que se prende aos esteróides: a SHBG. Resumidamente: a redução dessa proteína aumenta as taxas de estrogênio bio-disponíveis. Ou seja, aumenta o ambiente estrogênico. O excesso de atividade estrogênica tem relação direta com o câncer de mama. Infelizmente, o aumento no número de pessoas com problemas de tireóide pode ter relação com os desequilíbrios dos hormônios esteróides originados, por exemplo, por todos fatores que aumentam a predominância estrogênica dentro do corpo humano (poluentes e anticoncepcionais) associados ou não, com o excesso de atividade adrenal (causado pelo stress).
Flúor: esse mineral, um conhecido poluente ambiental dos anos 50, que foi transformado em terapêutica profilática de uso quase indiscutível, pode afetar o bom funcionamento da tireóide, seja por se incorporar indevidamente aos hormônios dessa glândula, tornando-os menos efetivos, ou por estimular a formação de anticorpos que podem atacar a própria tireóide, e que origina a tireoidite. Hoje em dia quase todas as mulheres no climatério fazem dosagens de anticorpos contra a tireóide. Como foi visto antes, o prejuízo à tireóide pode incrementar os riscos de câncer de mama. O flúor também piora a saúde óssea pela sua competição com o magnésio na formação do tecido ósseo. É um problema para a prevenção e o tratamento da osteopenia e da osteoporose. A ingestão de flúor, hoje em dia, chega a ser 40 vezes maior que a necessária, mesmo em lugares em que a água não é fluoretada!
Prolactina: existe uma grande relação entre estrogênio e prolactina. Esses estudos tem mostrado que alguns tumores de mama são capazes de produzir prolactina. Esse hormônio produzido pela hipófise tem decisiva ação sobre o metabolismo celular mamário por ser um agente relevante na lactação. Os estrogênios incrementam a produção de prolactina que por sua vez também incrementa a atividade estrogênica. A progesterona age reduzindo os receptores de ambos os hormônios na mama. Esse hormônio pode ser um bom tratamento para mulheres com altas taxas de prolactina.
Puberdade precoce: as meninas estão menstruando cada vez mais cedo. Isso, ao invés de ser encarado passivamente como uma tendência da espécie, que teria subitamente mudado de comportamento fisiológico, em relação aos 140.000 anos de alterações adaptativas processuais, deve ser consequente ao excesso de estimulantes hormonais existentes no meio ambiente, através dos mecanismos já citados: poluentes ambientais que se comportam como estrogênio, que são encontrados habitualmente nos produtos domésticos em inúmeras formas de consumo.
Climatério: nessa fase da vida da mulher vários fatores relatados anteriormente podem ser superpostos, e tornar esse, o momento mais arriscado para o aparecimento da neoplasia mamária. Um dos aspectos que mais chama atenção nessa idade fisiológica é a exposição prolongada à predominância estrogênica, um contínuo desequilíbrio hormonal em que as taxas de estrogênio são de forma absoluta ou relativa, maiores que a progesterona, seu maior antagonista, o maior protetor feminino contra essa grave enfermidade. Aliás, dentro dessa perspectiva, o dr. John Lee propõe a base de sua terapêutica profilática: o uso de progesterona natural (bio-idêntica) para proteger a mulher da ação perniciosa da ação estrogênica incrementada.
A questão psicológica: talvez um dos únicos aspectos que não diga respeito diretamente à ação estrogênica seja a dos aspectos psicológicos que podem, de alguma forma estar envolvidos com o desenvolvimento do câncer. A maior emoção associada ao câncer de mama é a dor, a cicatriz emocional, a tristeza. Em 1995 um importante estudo apontou para o fato de haver doze vezes mais risco de câncer para mulheres que tiveram nos últimos cinco anos enfrentado: separação, luto e perda de emprego. Outros aspectos relacionados incluem: tendência ao sacrifício, inibição sexual, dificuldade em expressar raiva, repressão de hostilidade, e conflitos não resolvidos com a própria mãe. Naturalmente, qualquer pessoa que enfrente situações de sofrimento induz seu organismo a uma significativa exigência de adaptação fisiológica, que pode induzir a crises no sistema de controle neuro-vegetativo e afetar a imunologia e o funcionamento hormonal global.
Essa é uma súmula de alguns dos aspectos mais importantes que o dr. John Lee assinala nesse formidável livro sobre uma das doenças que mais amedronta a mulher moderna. O mais sensato é que se tenha uma visão mosaical sobre suas causas, e imaginar que todos esse fatores se somem com variada proporcionalidade, de acordo com a maneira que cada pessoa leva seu estilo de vida. De qualquer forma é importante que elevamos o nosso conhecimento sobre as posturas de vida que efetivamente possam nos proteger da doença ao invés de nos contentarmos com a estapafúrdia perspectiva de se festejar a possibilidade do diagnóstico precoce.
Não adoecer é muito melhor do que qualquer tratamento que tenha que ser realizado! O direito a essa informação é o mínimo que devemos exigir das autoridades responsáveis em proteger a população e defender sua saúde. Exaltar as virtudes de exames estranhamente alcunhados de profiláticos e de qualquer técnica terapêutica é menos sensato do que realmente promover o que todo mundo quer: não ter câncer! Qualquer outra forma de prioridade de abordar essa doença é no mínimo hipócrita, senão, criminosa.
(*) O único lipídio sólido de origem vegetal é a gordura de coco. Essa gordura é sólida pelo singelo motivo de ser do tipo saturada. Embora muito criticada, a gordura saturada é um ingrediente absolutamente natural nos alimentos encontrados silvestremente no meio ambiente. Não podemos esquecer que a gordura que compõe o corpo humano é saturada e sólida. Todos nós já percebemos que ao cortar um tecido corporal não escorre óleo de nosso corpo. É curioso ver que os “experts” insistem em lotar os alimentos com gorduras poliinsaturadas, o que poderá sobrecarregar o metabolismo do corpo para a transformação dessas gorduras, (sejam elas do tipo ômega-3 ou ômega-6, de linhaça ou de girassol), em gordura saturada, que afinal de contas compõe a maior parte das reservas orgânicas.
A idolatrada Mamografia está longe de não ser controvertida. Há uma série de estudos que apontam para os perigos dessa técnica diagnóstica seja pela óbvia exposição à radiação, seja pela compressão demasiada do tecido mamário durante o exame, um outro fator patogênico. Por outro lado pode ser que a mamografia nem mesmo aumente a expectativa de vida das mulheres afetadas, uma vez que o exame possa afetar a contagem de tempo do surgimento da doença de forma meramente virtual. Finalmente, e pior, parece que a realização de mamografias não salve vidas, ou seja: a sua realização não parece modificar a sobrevida das mulheres com câncer na população em geral. Nesse caso sendo um exame caro e arriscado sua vulgarização talvez não tenha qualquer benefício real
Conheça os artigos da Câncer Prevention Coalition – (uma organização não governamental de pesquisadores independentes de Chicago): – no link: http://www.preventcancer.com/patients/mammography/dangers.htm. Outro artigo interessante pode ser encontrado no link de um outro site que mostra estudos em câncer: http://www.annieappleseedproject.org/mamhidris.html. Em português um texto imperdível está no link: http://www.novatrh.net/breast.html.
Dr. José Carlos Brasil Peixoto
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